terça-feira, 15 de junho de 2010

Dez conselhos práticos para aprender ou melhorar o italiano de adultos

No meu trabalho como professor de italiano, sempre acontece de encontrar pessoas que começam a estudar a nossa língua quando já adultos, sem antes ter recebido qualquer tipo de ensino lingüístico. O italiano, definitivamente, há um recorde para esse efeito, porque aqueles que querem aprender na maior parte são por motivo cultural ou prazer pessoal, raramente por necessidade. Este grupo muito heterogêneo de alunos de todas as idades é geralmente conduzido por uma equipe altamente motivada, seja para aqueles que estudam sozinhos, seja para aqueles matriculados em cursos, são geralmente gratificantes e prazerosos. As dificuldades na aprendizagem de uma língua estrangeira na idade adulta aparecem relativamente cedo e pode se tornar a causa da frustração e uma diminuição significativa da mesma motivação. Muitos vezes estudantes adultos perguntam-me conselhos práticos para superar os obstáculos comuns que inevitavelmente surgem no percurso de aprendizagem de uma língua estrangeira e portanto, neste articulo, resolvi recolher alguns métodos que poderiam ser úteis de como “aprender a aprender”. Esta expressão pode parecer paradoxal, mas não é replicável pelos adultos em uma condição ideal de aprendizado lingüístico, como a que ocorre durante a infância. O conhecimento de certos princípios e de um bom ensino e estratégias concretas podem definitivamente dar uma grande mão para aqueles que estão determinados a aprender uma segunda língua.

Neste artigo, vou propor cinco maneiras de melhorar a abordagem ao estudo de uma língua estrangeira; no próximo apresentarei outras cinco dicas práticas para exercitar de uma forma eficaz seu estudo em grupo ou até sozinho.

1. Muito freqüentemente, muitos estudantes se sentem desencorajados pelo fato que a memória, depois de certa idade, não é mais a mesma e, portanto, nunca poderá aprender uma língua quando adulto. Isso não é necessariamente verdadeiro, ou seja, não se trata de um problema extremamente ligado a memória. Na verdade, há diversas vantagens “biológicas” no aprendizado de uma língua em uma idade precoce, a capacidade de memorização de um adulto não é muito diferente das de um adolescente. No entanto, o que, paradoxalmente impede uma aprendizagem do aluno adulto é a sua estrutura de pensamento já formado, uma vez que desenvolveu uma sólida categoria mental, tudo aquilo que aprende deve, de algum modo, ser filtrado a sua razão, enquanto o processo de aquisição da linguagem parece funcionar melhor quando se baseia em princípios de espontaneidade e não analítica. Os adultos, quando estudam uma língua, sempre levantam muitas questões sobre por que uma língua é feita em tal maneira, por exemplo, porque em uma situação se deve usar o subjuntivo ao invés de um indicativo, porque aquela preposição não está certa, etc. Atrás de muitas questões está o desejo de aprender através de explicações racionais e explícitas, com constantes comparações com a sua própria língua materna.
Infelizmente este processo nem sempre é possível ser realizada de uma forma simples e clara. As crianças não perguntam o porquê, apenas ouvem e repetem, através de um mecanismo tão simples que funciona perfeitamente. Por outro lado os adultos apreciam as crianças por possuir uma grande capacidade de aprendizagem e habilidades muito úteis no desenvolvimento de uma língua. A racionalidade em geral não penaliza de forma alguma o estudante; ao contrario para os adultos é necessário explicar claramente o funcionamento de uma língua estrangeira. E quando somos ansiosos e não entendemos uma regra a única coisa que pode ser feita é voltar a trás. A dica final para ter resultados melhores é que não é necessário compreender absolutamente tudo, e sim nos concentrar em usá-la.

2. Pessoas que estudam uma língua estrangeira se dividem em dois grupos: aqueles que não têm medo de tentar falar, seja a situação que for e aqueles que exprimem ansiedade em fazê-lo. Além da óbvia predisposição de caráter, muitos alunos são desencorajados pela preocupação de cometer erros em público. Tais temores são compreensíveis e fáceis de tratar, devemos lembrar que a prioridade é de se comunicar na língua em aprendizagem. O primeiro critério deve ser o de não buscar a regularidade formal e sim a eficácia da comunicação. Um erro comum é o da conjugação errada do verbo, o que dificulta a compreensão de uma sentença, é um grande problema a ser resolvido imediatamente. Os erros inevitáveis sobre o uso das preposições ou da correlação entre gênero e número ou entre substantivos e adjetivos são erros que impedem apenas um pouco a compreensão, entre outros temas, as regras gramaticais não podem conter normas claras e simples, então não devemos nos preocupar demais com isto, enquanto ao tempo, com o uso freqüente da língua será corrigido de forma quase automática. Neste caso, a dica final é: comunicar-se, e finalmente comunicar-se bem.

3. Falando dos erros, os alunos (e alguns professores...) muitas vezes caem na armadilha de interpretar cada erro como fosse um sinal de que algo está errado. As mais recentes teorias no ensino de línguas sugerem, no entanto, o oposto: o erro é simplesmente uma parte do seu aprendizado. Se, por exemplo, considerar o português a nossa língua materna e o Italiano como segunda língua que estamos estudando, durante o percurso de aprendizagem a língua que constantemente usamos não é mais aquela materna, e nem menos a segunda. Trata-se provavelmente de uma mistura, que evolui lentamente em versões cada vez mais estruturadas, nesse caso, mais distante do português e mais próximo dos padrões do italiano. Esta linguagem em constante mudança é definida pelos estudiosos interlíngua e vem construída por estudantes através de hipóteses que as vezes são confirmadas, as vezes negadas. Muito freqüentemente os erros surgem de nossas experiências, o fato de que tentamos aplicar regras que nem sempre são validas, as generalizações impróprias ou conexões e semelhanças com a primeira língua.
Quando os erros lingüísticos não “evoluir” ao longo do tempo e tendem a se tornar crônicos, são classificados como erros problemáticos e deve ser tratado logo, com praticas especificas. A dica final é que você não deve pensar em erros como um problema; normalmente te ajudam a entender como a tua interlíngua está evoluindo.

4. Pode parecer óbvio, mas para aprender uma língua estrangeira leva literalmente anos. Neste tempo melhores resultados serão obtidos. Seja cauteloso aos métodos que prometem resultados surpreendentes em pouco tempo, é sempre necessário muito trabalho para obter resultados satisfatórios. Em termo eficaz seria adequado que este trabalho fosse “diluído” com a maior freqüência possível e que a pratica lingüística fosse constante ao longo do tempo. Aqueles que estudam uma língua estrangeira devem ter sempre em mente esta perspectiva com realismo, sabendo que se nós podemos separar um pequeno espaço no nosso dia dedicado a esta prática, o progresso será seguramente evidente. A nossa mente necessita de tempo para memorizar, para colocar em ordem todos os estímulos que recebemos sem cair naquele que tecnicamente defina-se sobrecarga cognitiva, que é uma fase de estagno devido ao acesso de informações. Então nos vale a regra universal de “ é melhor meia hora de exercícios por dia, que várias horas uma vez por semana”.

5. As últimas pesquisas no campo de aquisições lingüístico já testemunharam a existência de uma ordem de aprendizado da segunda língua, ditada pelos princípios gerais universais e de características específicas de diferentes línguas; seguindo essa ordem, você deve ter melhores resultados. Um exemplo fácil para trazer para o italiano é que, em relação aos tempos verbais, você deveria primeiro saber o presente, depois o pretérito, então o imperfeito e, finalmente o futuro. Não é por acaso que a maioria dos livros e programas escolares segue estreitamente progressões determinadas. Conhecendo aprofundadamente todos esses princípios se tornam quase impossível, a menos que você seja um lingüista de profissão. Se você não puder comparecer a um curso, encarregue um professor de organizar um programa de aprendizado eficaz, poderia acontecer de se perder entre os muitos temas de gramáticas e sites de Internet, talvez a gastar tempo demais em partes irrelevantes da língua e subestimar as questões-chave. Um pequeno truque que você poderia usar para avaliar quanta energia e tempo deve ser dedicado para aprender uma estrutura gramatical, ou talvez memorizar uma lista de palavras, é considerar a freqüência na língua, fazendo uma comparação com a sua língua materna, perguntem-se quantas vezes você usa essa palavra ou pronome na sua vida cotidiana. Após alguns meses de estudo muitos alunos passam, por exemplo, um tempo excessivo a memorizar todas as conjunções que em italiano introduzem o subjuntivo, pensando que é essencial para progredir na escala de aprendizagem. Não quero dizer que é totalmente inútil, mas quantas vezes na sua língua mãe são usadas as conjunções como, embora, por isso, etc. " Eu acho que muito raro! Alguns esforços não são justificados pelo uso efetivo da língua, até porque ao mesmo tempo, talvez os mesmos alunos ainda têm dificuldade em conjugar um presente do indicativo irregular, ou também sabem um numero muito limitado de expressões idiomáticas muito difusas em italiano. O conselho é de “pensar” o que você esta fazendo, mantendo bem em mente que quanto mais expressões serão usadas, mais será necessário o seu empenho e a sua prática; os termos e estruturas menos comuns serão exploradas mais tarde, quando a sua competência lingüística será suficientemente fortalecida.

Giorgio Massei é diretor da Escola de Castelraimondo Edulingua
direzione@edulingua.it

Nenhum comentário:

Postar um comentário