sexta-feira, 16 de julho de 2010

Brasil: o país de jovens empreendedores pouco inovadores

A mais recente pesquisa do GEM – Global Entrepreneurship Monitor no Brasil traz uma interessante informação sobre os jovens empreendedores de nosso país. Os brasileiros entre 18 e 24 anos destacam-se perante jovens de outros países. Nossos jovens estão na terceira posição do ranking do GEM.

Cerca de 15% dos jovens no Brasil estão envolvidos com o empreendedorismo, ou seja, o equivalente a 3,82 milhões de pessoas. E do total de empreendedores brasileiros (em todas as faixas etárias) 25% são jovens.

Isto mostra o apetite da juventude por fazer acontecer… Porém, um dado nada positivo também coloca o país em destaque no mesmo estudo: somos o país com uma das menores taxas de inovação dentre os mais de 30 países participantes da pesquisa. Como explicar esta disparidade?
Os jovens deveriam ser os mais inovadores, aqueles em busca de novos modelos de negócios, novas tecnologias, novas soluções para problemas antigos e também para problemas atuais. Afinal, são os mais antenados com o desenvolvimento tecnológico, têm acesso a informação e vivem no mundo do pragmatismo, entendem o significado de comunidade, de relacionamento etc.

Deveriam, na verdade, identificar oportunidades para atender à sua própria demanda. Mas não parece que isso está acontecendo, o que é uma pena. Inovação é um imperativo que todo empreendedor deve buscar em seu negócio, novo ou não, (ainda) pequeno ou grande, tecnológico ou não.

Não basta empreender, deve-se empreender com diferencial para não só sobreviver, mas para buscar longevidade. Nossos jovens estão mostrando iniciativa, mas a julgar pelo tipo de negócio que estão criando (mais do mesmo), não criarão muitas vantagens competitivas, cairão na mesmice e serão sérios candidatos a inflar os índices de mortalidade de empresas.

É preciso mudar esta constatação ou logo estaremos celebrando anos seguidos nas primeiras posições do ranking dos jovens menos inovadores do mundo. Não dá para aceitar, já que talento nós temos. Porém, precisamos colocá-lo em prática!

É isso aí.

Fonte: Dr. José Dornelas - 26/03/2009

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