segunda-feira, 31 de maio de 2010

Cus Cus Fest San Vito lo Capo


Ragazzi,
Preparandomi alla nostra immersione siciliana ho scoperto che proprio nel periodo in cui saremmo in Sicilia ha luogo una manifestazione gastronomica molto interessante a San Vito Lo Capo, che dista circa 100 chilometri da Palermo.Trattasi della Cous Cous Fest, dal 21 al 26 settembre 2010. Guardate il sito http://www.couscousfest.it/ Quando ho letto sulla festa ho pensato “Ma cosa centra il Cous Cous con la gastronomia italiana !?!?”In giro per l’internet ho capito che il Cous Cous è giunto nella Sicilia occidentale con la dominazione Araba, e che ha preso largo spazio negli usi alimentari di questa zona sopratutto nel trapanese dove è diventato un piatto dominante e di grande importanza sia dal punto di vista nutrizionale che per la varietà e tipologia di preparazioni. È un piatto laborioso ma ripaga con un gusto eccezionale. Penso che possa interessare anche a voi.

Claudia Antonini claudia.antonini@terra.com.br

Cous Cous di Pesce alla Siciliana
(per 4/5 persone)
Sugo di pesce
800g di pesce vario a tocchetti (ceria, dentice, scorfano, pesce spada, tonno rosso); 500g di totani/calamari; 500g di gamberi sgusciati; 500g di cozze e vongole con il guscio; 1 cipolla tagliata fine; 2 spicchi d’aglio; 1 carota a dadini; 1 costa di sedano a dadini; 150g di pomodorini o 1/2 scatola di pelati; 400g di cous cous precotto a grana media; olio d’oliva, olio di semi, sale, pepe, peperoncino e prezzemolo. Rosolare la cipolla con l’aglio e le verdure, unire i pomodorini spaccati in due o i pelati e, in ordine di cottura, calamari, pesci, gamberi, cozze e vongole; salare e pepare, cuocere fino a che i molluschi saranno aperti e avranno rilasciato la loro acqua, aggiungere il prezzemolo tritato e tenere in caldo.
Fumetto di pesce
300g di pesce da brodo; 1 carota intera; 1 gambo di sedano; 1/2 di cipolla intera; 1 lt d'acqua; sale.Bollire l’acqua con tutti gli ingredienti per circa 25 min a fuoco medio, passare al colino schiacciando con un cucchiaio per farne uscire tutti i sughi e tenere in caldo.
Cous Cous
Preparare secondo le indicazioni riportate sulla scatola utilizzando anzichè l' acqua il fumetto di pesce precedentemente preparato e insaporire con aglio e prezzemolo tritati, il cous cous risulterà cotto quando i grani saranno morbidi ma non sfatti e la consistenza non sarà più granulosa. Riscaldare il forno a 80°C per qualche minuto (questa procedura sostituisce le lunghe ore di riposo a cui il cuos cous di produzione casalinga è sottoposto sotto grandi coperte di lana). Aggiungere 1/4 del sugo di pesce, amalgamare con cura, coprire e far riposare 10 minuti nel forno riscaldato. Poi versare in un capiente piatto piano da portata e ricoprire con il sugo di pesce.

Sherbeth Festival 16-19 settembre • Cefalù (PA)

Sherbeth Festival è la manifestazione interamente dedicata al gelato artigianale e unica nel Mezzogiorno, che si svolge a Cefalù, in provincia di Palermo, a 56 km del capoluogo.

Giunta alla 4ª edizione, la kermesse intende rafforzare l’attenzione verso il cibo di qualità e richiamare un turismo d’élite attento alla buona tavola.

Durante il Festival, Cefalù si trasforma in un villaggio del gelato che, allestito a due passi dal Duomo, offre ai visitatori la possibilità di gustare i freddi e dolci alimenti preparati dalle gelaterie artigiane, italiane e dei paesi esteri.

Tra i viali si organizzano anche laboratori del gusto e tavole rotonde dedicate alla salute, all’alimentazione e all’economia.

Per valorizzare l’antica arte dolciaria, che nel gelato unisce le diverse culture nella ricerca dell’eccellenza nell’alimentazione, dallo scorso anno, una giuria di esperti assegna al migliore maestro gelatiere il premio internazionale Procopio Dei Coltelli.
http://www.sherbethfestival.it/

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Le Buone Tavole della Tradizione

Tenendo fede alla sua missione di valorizzazione della cucina tradizionale, l’Accademia Italiana della Cucina ha realizzato una nuova opera dedicata alla tutela della ristorazione più attenta ai prodotti e alle ricette del territorio. Nella guida “Le buone Tavole della Tradizione” sono stati inseriti solo quei locali che offrono una cucina rispettosa dei valori della tradizione locale (talvolta anche con qualche guizzo di fantasia innovativa), realizzata con ingredienti di prima qualità, possibilmente del luogo e servita con cortesia ad un prezzo equilibrato in rapporto all’ambiente. Questa guida non sostituisce quella completa e sempre aggiornata che è già on line da alcuni anni, bensì si affianca ad essa, con il preciso scopo di valorizzare quei ristoranti che consiglieremmo ad un amico che viene a visitare la nostra città. Per questo motivo si è selezionato un ristrettissimo numero di proposte, sufficienti a soddisfare le necessità dei nostri attenti lettori. Nella guida non sono inserite votazioni o giudizi: tutti i locali sono delle “buone tavole” e tutti meritano una visita. Inoltre, le schede non sono più soltanto informative, ma propongono anche un ampio testo che descrive la storia, le caratteristiche e le peculiarità di ciascun locale recensito e un box contenente la ricetta tipica del locale o un prodotto locale da acquistare o una curiosità da vedere nella zona.
Accademia della Tradizione

Informazioni:
Via Napo Torriani, 31 - 20124 Milano
telefono: 02 66987018 (r.a.)
fax: 02 66987008

Você não precisa de poder para persuadir pessoas

Na área de vendas, você terá muito mais que acreditar no que vende, demonstrar convicção e transmitir entusiasmo ao invés de demonstrar o poder

Você consegue imaginar sua vida, profissional ou pessoal, sem negociação? Difícil. Negociamos diariamente a partir do momento que pulamos da cama. Em casa, com a família, a caminho do trabalho, na sala de aula, na loja de conveniência. Nosso dia-a-dia funciona como um laboratório de negociação. Negociar bem, no entanto, abrange um conjunto de habilidades, como se comunicar bem, saber vender e escutar, conhecimento técnico a respeito do que negociamos, flexibilidade para sentir o que o outro lado sente e, planejar metas, para ficar somente nas principais.

Nos cenários que envolvem toda negociação, são sempre dois os objetivos mais relevantes: primeiro, o objetivo de ser aprovado e admirado e, segundo, o de ser racional e preciso. Uma forma interessante e útil para melhorar sua capacidade negociadora e alcançar tais objetivos, consiste no aperfeiçoamento de sua habilidade persuasiva.

A persuasão, do latim persuasus, particípio passado do verbo persuadere, (prefixo per, de modo completo, mais suadere, aconselhar sem imposição), pode ser definida como a capacidade de induzir alguém a fazer ou não fazer algo, de desenvolver confiança e desencadear respeito. Essa ação tem como base o entusiasmo, argumentos racionais, acreditar no que diz. Persuadir é falar com a emoção, é ser convincente.

Não precisamos necessariamente de poder, para persuadir pessoas, pois há situações em que o poder pode atuar contra nossos interesses. No entanto, nas atividades de vendas, profissionais persuasivos acreditam no que vendem, demonstram convicção e transmitem entusiasmo. O mau uso da persuasão pode desencadear a percepção de tentativa de manipulação, o que é sempre ruim, pois estabelece uma relação superficial, baseada muitas vezes na exploração das fraquezas humanas.

De outro lado a persuasão trabalha com os sentimentos nobres do ser humano, legítimos, como o desejo de progredir, realizar um sonho, desenvolver o empreendedorismo. Vamos pegar um exemplo prático.

Você acha que merece um aumento de salário. Nesse caso, ser persistente cede lugar a ser persuasivo. Persuadir seu superior, pelo poder do convencimento, por meio de argumentos, fatos relevantes, um rapport adequado e muita crença em si próprio, em seus valores e capacidade de entrega.

Caso você desenvolva essas habilidades persuasivas certamente terá muito sucesso nas suas negociações com a empresa e principalmente consigo mesmo. Explicando melhor. Quando você, por exemplo, negocia com a balança, querendo perder peso ou retomar uma atividade esportiva, você ganha ou perde?

Se ganha, parabéns por sua habilidade de persuasão. Caso perca, como todo bom negociador, não desista. Reveja sua estratégia, tente diferente, desenvolva o olhar técnico de enxergar por outro ângulo possibilidades de conciliar necessidades e desejos.

Gilberto Cavicchioli (Engenheiro, pós-graduado em Marketing Industrial e mestre em Administração. Consultor de empresas e palestrante. É professor da ESPM no MBA e na pós-graduação das áreas de Gestão de Pessoas e Marketing de Serviços).

HSM Online
24/05/2010

sábado, 22 de maio de 2010

Curiosidades Gastronômicas (III)


CHAMPAGNE - Surgiu em 1668, quando Dom Pérignon, abade de Hautvillers, observou que o vinho das uvas da região de Champagne desenvolvia uma fermentação secundária, produzindo pequenas bolhas e gás. Isso, até então, era considerado algo a evitar. Dom Pérignon, ao contrário, resolveu favorecer e controlar essa fermentação. Criou assim o que se chama a técnica champenoise. Fonte: Livro "De caçador a gourmet" de Ariovaldo Franco.

CROISSANT - Vários autores afirmam ser o croissant originário de Budapeste. Sua forma seria uma referência à lua crescente da bandeira otomana e lembrança da vitória húngara sobre o invasor turco em 1686. Fonte: Livro "De caçador a gourmet" de Ariovaldo Franco.

ORIGEM DO NOME SALVIA: O nome Salvia, erva originaria do Mediterrâneo, vem da palavra salvar (no sentido de salvar), pois era utilizada na Idade Média como planta medicinal, com propiedades digestivas. É tempero para pratos à base de carne, peixe de carne rija e queijos de sabor forte. Pode também aromatizar pães.

A HISTÓRIA DO CHOCOLATE
por Márcia Pinheiro Vianna (Nutricionista do BrChef)

O nome chocolate vem do grego "Theobroma", que quer dizer "alimento dos deuses".Este nome foi dado por Carlos Linnaeus, um botânico sueco que conhecia a trajetória do chocolate através da história dos povos.Tudo começou há séculos atrás, com as civilizações asteca e maia, mais precisamente no México e na Guatemala. No México, os astecas cultuavam o deus Quetzalcoatl. Ele personificava a sabedoria e o conhecimento e foi quem lhes deu, entre outras coisas, o chocolate. Os astecas acreditavam que Quetzalcoatl trouxera do céu para o povo as sementes de cacau, que também servia como moeda para este povo. Eles festejavam as colheitas, oferecendo às vítimas de sacrifícios taças de chocolate.

Então um dia, diz a lenda, Quetzalcoatl ficou velho e decidiu abandonar os astecas. Partiu em uma jangada de serpentes para o seu lugar de origem - a Terra do Ouro. Antes de partir, porém, ele prometeu voltar no ano de "um cunho", que ocorria uma vez a cada ciclo de 52 anos no calendário que ele mesmo criara para os astecas. Enquanto isso, por volta de 600 a.c., os maias, que também conheciam o chocolate, estabeleciam as primeiras plantações de cacau em Yucatan e na Guatemala. Considerados importantes comerciantes na América Central, eles aumentaram mais ainda suas riquezas com as colheitas de cacau. Dele se obtinha uma bebida fria e espumante, chamada "tchocolath". O valor do cacau também estava em suas sementes. Elas eram as moedas.

Quando Cristóvão Colombo chegou à América provou o chocolate e o levou para a Europa. O "tchocolath" não era a bebida agradável de hoje. Era bastante amarga e apimentada. As tribos da América Central geralmente o preparavam misturando com vinho ou com um purê de milho fermentado, adicionado com especiarias, pimentão e pimenta. Naquela época, o chocolate era reservado apenas aos governantes e soldados, pois acreditava - se que, além de possuir poderes afrodisíacos, ele dava força e vigor àqueles que o bebiam.

Mais tarde foi Cortez quem pisou naquelas terras e, sem dúvida, ficou muito impressionado com a mística que envolvia o chocolate e mais ainda com o seu uso corrente. Assim, com o intuito de gerar riquezas para o tesouro de seu país, ele estabelece uma plantação de cacau para o rei Carlos V, da Espanha. E, como bom negociante, começa a trocar as sementes de cacau por ouro, um metal indiferente àqueles povos. Os espanhóis aos poucos se acostumavam com o chocolate e, para atenuar o seu amargor, diminuíam a proporção de especiarias e o adoçavam com mel. Já o rei Carlos V tinha o hábito de tomá-lo com açúcar.

Rapidamente, o chocolate se espalha entre a família real e os nobres da corte espanhola. Cortez levara para a Espanha todo o conhecimento daquelas tribos primitivas de como lidar com o cacau e preparar o chocolate. Sabia como colher, retirar as sementes dos frutos e depois espalhá-las ao sol para fermentar e secar. Sabia também que elas deviam ser assadas sobre o fogo e depois esmagadas em uma gamela de pedra, até se obter uma pasta aromática, a qual era misturada com água para se chegar à bebida.

Na Espanha, as cozinhas dos mosteiros serviam como local de experiência para o aprimoramento do chocolate e a criação de novas receitas. Os monges aperfeiçoaram o sistema de torrefação e a moenda do chocolate, transformando-o em barras e tabletes para serem dissolvidos em água quente, como era apreciado nos salões aristocráticos.

Durante todo o século XVI, porém, os espanhóis conservaram para si esta preciosa iguaria, não querendo compartilhá-la com outros países. No entanto, seus planos foram por água abaixo em meados do século XVII, quando começaram a vazar as primeiras informações sobre o chocolate.

Já em 1657, surge em Londres a primeira loja de chocolate. Em 1660, o filho de Ana da Áustria, Luís XIV, que subira ao trono, casa-se com outra princesa espanhola, Maria Teresa. Esta segunda união ibérica acaba firmando de vez o domínio de chocolate na França. A corte comentava que Maria Teresa, uma esposa devotada, tinha duas paixões: o rei e o chocolate. Enquanto a monarquia solidificava o hábito de consumir chocolate na França, outros países também começavam a se interessar por ele e a procurar pela sua própria fonte de suprimento. O governo espanhol mantivera o comércio de chocolate fechado até o século XVI. E, para sustentar o seu monopólio, estabelecera taxas pesadas de importação, de forma que ele permanecesse ainda durante muito tempo uma bebida apenas das classes privilegiadas. Como se não bastasse, os estoques de sementes de cacau da Espanha eram limitados.

Em 1765, um médico, James Barker de Dorchester, se associa a um fabricante de chocolate recém-chegado da Irlanda, John Honnon, e funda a primeira fábrica de chocolate dos EUA: a Companhia Barker. Naquela época, o chocolate já podia ser consumido temperado com cravo ou almíscar, dissolvido em vinho ou leite quente e adoçado com açúcar. Ele começa a ser aperfeiçoado e surgem novidades.

Em 1819, François Louis Cailler abre a primeira fábrica de chocolates suíços. Sete anos depois, em 1826, Philipp Suchard começa a fazer chocolate misturado com avelãs moídas. Em 1875, Daniel Peter e Henri Nestlé inventaram o chocolate ao leite. Em 1914 estoura a Primeira Guerra Mundial, determinando o fim da expansão das indústrias chocolateiras. São feitas restrições às exportações do produto. Tabletes de chocolate passam a fazer parte da ração de emergência dos soldados americanos em serviço, pois além de bastante energético, mantém a temperatura do corpo estável, mas a experiência não dá muito resultado. Para cumprir o papel de ração de emergência, o chocolate era demasiado irresistível para ser guardado sem ser comido. Em 1945, fim da segunda guerra e com ela as barreiras ao desenvolvimento das indústrias chocolateiras. A lavoura cacaueira começa a se expandir na Bahia no século XVIII. A partir de 1954 instalam-se no Estado de São Paulo as primeiras plantações. Hoje, o Brasil ocupa a posição de sexto maior produtor mundial de cacau.

Os benefícios do chocolateO chocolate se tornou um alimento muito popular no mundo inteiro e muito se tem discutido sobre suas propriedades. Muitos afirmam que o chocolate não traz benefício nenhum, pois além de ser muito rico em gorduras e açúcares simples, também possui alcalóides teobromina, e cafeína, substância presente no café e chá preto, que causa irritabilidade e aceleração no metabolismo. Mas por este mesmo motivo, o chocolate foi muito utilizado durante guerras para os soldados não perderem a temperatura corporal durante a noite e dias muito frios.

O chocolate também é rico em substâncias aromáticas que lhe são acrescidas para dar sabor e cheiro característico. O cacau é uma boa fonte de ferro. Mas por ser de valor calórico e de lipídeos muito alto, seu consumo deve ser moderado.

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Caio Amadesi Costa
Daniel Meirelles Antunes
Pietra Andrade (ABAGA)

Curiosidades Gastronômicas (II)

STROGONOFF - Prato de origem russa. Seu nome original é Strogonov. No século XVI, na Rússia, os soldados levavam sua ração de carne, cortada em nacos, em grandes barris, debaixo de uma mistura de sal grosso e aguardente para preservar. Coube a um cozinheiro do czar Pedro, o Grande, que era protegido do general Strogonov, melhorar e refinar a mistura. Com a Revolução de 1917 e a emigração dos russos brancos, a receita chegou a França, onde foi refinada, chegando a forma atual. Fonte: "Comida e Civilização" de Carson I.A.Ritchie.

RESTAURANTE - Até metade do século XVIII, a palavra restaurant, em francês, significava apenas e especificamente "fortificante". O termo era aplicado a caldos e gemadas destinados a fortificar, a reparar as forças após uma doença ou um grande esforço.. Em 1765, o Sr. Boulanger , dono de uma espécie de botequim, afixou na frente de seu estabelecimento uma placa com os seguintes dizeres " Boulanger vende restaurantes divinos" .Por seu tipo de estabelecimento, ele só podia vender caldos. Em 1786, se implanta o hábito da "mesa de hóspedes" , o que significava que os clientes poderiam passar a sentar-se à mesa do dono do estabelecimento para comer lá mesmo o prato comprado, em vez de leva-lo para casa. Entretanto, com a Revolução Francesa, tanto privilégios como corporações foram abolidos. Com isso, os donos desses estabelecimentos puderam passar a preparar e servir, eles próprios, todo tipo de comida. Desde então , o estilo de estabelecimento firmou-se na França e se espalhou por outros países. Fonte: "Comida e Civilização" de Carson I.A.Ritchie.

LEONARDO DA VINCI - No século XIV e XV, ele possuía um restaurante, no qual foi inventado o Cardápio, pois nele existiam vários pratos, e para que seus clientes pudessem saber e provar seus diversos pratos, ele criou o cardápio no qual indicava e explicava cada prato feito em seu restaurante.Leonardo Da Vinci, também inventou o guardanapo, pois ele quando comia macarrão, se sujava inteiro, e assim acabou inventando um método fácil para proteger-se quando comia. Fonte: "Comida e Civilização" de Carson I.A.Ritchie.

ORIGEM DO SUSHI - está na antiga China onde, mais do que um prato, foi um método de preservação de peixes. Cozido o arroz, colocava-se no seu interior pedaços de peixe e sal. O peixe assim "embrulhado" fermentava por meses, e só ele servia de alimento.Tal método chegou ao Japão há 2 mil anos, e lá, o período de fermentação foi alterado e adicionou-se vinagre de arroz ao sushi. Com o passar do tempo, o arroz passou a ser consumido também. Fonte: Internet

ORIGEM DA PIZZA - Do Egito à Grécia Clássica, até Roma e Pompéia, estiveram presentes alimentos que nos fazem recordar o preparo e o cozimento de nossa atual pizza. No antigo Egito, era costume celebrar o aniversário do Faraó, comendo uma massa achatada e condimentada com ervas aromáticas. Também, têm-se registro de relatos de algumas receitas Babilonesas e, no século VII a.C, um poeta soldado, em seus versos, nos informa que possuía uma massa achatada junto à sua lança - base principal da alimentação de um soldado naqueles tempos.

Muitos consideram a pizza atual como uma invenção da culinária italiana, que começou na sulina cidade de Nápoles. De fato, a pizza é vista com atenção especial pelos napolitanos como o seu tesouro culinário, uma reflexão da História popular: os Lombardos, chegados no sul da Itália depois da queda do Império Romano, trouxeram suas búfalas que, encontrando ambiente ideal na região do Lázio, abasteceram-se de leite para a criação da "mozzarella" e posteriormente, coma descoberta do Novo Mundo, chegaria à Europa o elemento fundamental para a pizza, sem o qual esta jamais poderia existir: o TOMATE. Depois de algumas desconfianças iniciais, o tomate acaba por ingressar triunfalmente na culinária napolitana e a pizza se beneficiará disto, aproximando-se ainda mais do formato com a qual é conhecida na atualidade.

Por volta de 1700 e 1800, a pizza se consolida como um dos pratos da culinária napolitana mais tradicionais e preferidos pelo público. A então Rainha da Itália e Savóia, Margherita (originária da Áustria), esposa de Umberto I, elevou a pizza de suas origens humildes, quando um pizzaiolo, fez três pizzas diferentes para a Rainha. Ela gostou de uma coberta com tomates, mussarela e manjericão. Foi quando a "Pizza Margherita" ganhou o seu nome. Fonte: Internet.

HISTÓRIA DO MACARRÃOA palavra "macarrão" vem do grego makària (caldo de carne enriquecido por pelotinhas de farinha de trigo e por cereais, cerca de 25 séculos atrás). A palavra pasta (massa dos italianos) vem do grego pastillos (pastillos é citado nos textos do poeta Horácio, especialista em versos culinários). Textos antigos relatam que os assírios e babilônios, por volta de 2.500 a.C., já conheciam uma pasta cozida à base de cereais e água, que pode ser considerado o avô do nosso atual macarrão.

A primeira referência e mais próxima ao Ocidente do macarrão cozido está no Talmud de Jerusalém, o livro que traz as leis judaicas, do século V a.C. O itriyah dos antigos hebreus era uma espécie de massa chata usada em cerimônias religiosas.

Na Roma antiga, século VII a.C., comia-se uma papa de farinha cozida em água, chamada pultes. Com legumes e carne eram chamadas de puls púnica. Com queijo fresco e mel, puls Julia.
Finalmente, os latinos contemporâneos de Cristo já se deliciavam com um prato batizado de macco (caldo de favas e massas de trigo e água). Entretanto, na Itália, já em 1279, 16 anos antes do retorno de Marco Pólo foi registrada uma cesta de massas no inventário de bens de um soldado genovês. A palavra maccaronis, usada no inventário, seria derivada de maccari, de um antigo dialeto da Sicília, que significa achatar ou esmagar com força, que vem do grego makar, que quer dizer sagrado. Fonte: Internet.

TEMPURA - Influência Portuguesa no Japão, trazida por missionários. A Palavra vem de têmporas, os dias de prece e jejum que se repetiam quatro vezes ao ano, segundo o calendário eclesiástico, durante os quais os portugueses se abstinham de carne e comiam camarões fritos, à maneira que os japoneses passaram a chamar tempura. Fonte: Livro " De caçador a gourmet"de Ariovaldo Franco.

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Curiosidades Gastronômicas (I)

ORIGEM DO BACALHAU - para os povos de língua portuguesa; Stockfish para os anglo-saxônicos; Torsk para os dinamarqueses; Baccalà para os italianos; Bacalao para os espanhóis; Morue, Cabillaud para os franceses; Codfish para os ingleses. (O nome bacalhau, de acordo com o Dicionário Universal da Língua Portuguesa, tem origem no latim baccalaureu). Mundialmente apreciado, a história do bacalhau é milenar. Existem registros de existirem fábricas para processamento do Bacalhau na Islândia e na Noruega no Século IX. Os Vikings são considerados os pioneiros na descoberta do cod gadus morhua, espécie que era farta nos mares que navegavam. Como não tinham sal, apenas secavam o peixe ao ar livre, até que perdesse quase a quinta parte de seu peso e endurecesse como uma tábua de madeira, para ser consumido aos pedaços nas longas viagens que faziam pelos oceanos.Mas deve-se aos bascos, povo que habitava as duas vertentes dos Pirineus Ocidentais, do lado da Espanha e da França, o comércio do bacalhau. Os bascos conheciam o sal e existem registros de que já no ano 1000, realizavam o comércio do bacalhau curado, salgado e seco. Foi na costa da Espanha, portanto, que o bacalhau começou a ser salgado e depois seco nas rochas, ao ar livre, para que o peixe fosse melhor conservado. Fonte: Internet.

MOLHO BÉCHAMEL - Diz a lenda que tal alquimia foi idealizada pelo marquês Louis de Béchameil (1630-1703), um financista francês , especialista em agricultura e assessor do rei Louis XIV. Na verdade , na Itália, o molho já existia desde o século 14, uma especialidade da região de Cesena, nas imediações do mar Adriático sob o nome de Balsamella.O marquês, efetivamente, apenas utilizou a coisa antiga numa receita de frango. Provavelmente motivado pela coincidência incrível das nomenclaturas, assumiu o molho como seu. Fonte: "A cozinha Clássica" de Silvio Lancellotti.

CREME DE CHANTILLY - O universo deve o creme a um doido fantástico, Fritz Carl Vatel (1635-1671). Um doido que morreu cedo, aos 36 anos de idade. Aliás, um doido que se suicidou a fim de não se desonrar. Um empregado de salão, rigorosamente suíço, Vatel provocou a atenção dos senhores da casa palacial de Chantilly e, jovem ainda, pelo seu charme e pela sua competência, ficou famoso nas cortes da França.Impossível desvendar se a preciosidade aconteceu propositadamente- ou acidentalmente. Verdade que o leite da região de Chantilly, onde Vatel se alojou aos 27 anos de vida , era mais gorduroso e , por isso mesmo, mais apropriado à bateção que o transformaria numa pasta vaporosa e densa. Melhor: depois das suas experiencias iniciais, ao resultado da sua combinação, Vatel adicionou açúcar. Maravilha . Imbatível maravilha, o creme Chantilly. Fonte: "A cozinha Clássica" de Silvio Lancellotti.

FONDUE - Antes de tudo, fique claro: a Fondue, e não o Fondue. Como inúmeros prêmios da gastronomia, nasceu da necessidade.Cerca de 7 anos atrás, alguns povos dos Alpes da Suíça produziram mais queijo do que conseguiam vender e consumir. Veio o inverno e o produto se enrijeceu ao ponto do lixo. Na temporada seguinte, de novo diante de um estoque superlativo, a comunidade se reuniu e alguém, brilhantemente, expôs a sua idéia excepcional. O exagero seria derretido. E para sua melhor conservação, à massa se acrescentaria algum álcool , vinho e/ou aguardente, o Kirsh, destilado local de cerejas. A mistura se reendureceria com o frio e não mais se estragaria. Depois, bastaria rederretê-la. A operação inaugural aconteceu em um gigantesco caldeirão.A fim de experimentar o sabor, um cidadão mergulhou no queijo derretido, um espeto com um pedaço de pão nas pontas, e assim surgiu o prato nacional da Helvécia. Fonte: "A cozinha Clássica" de Silvio Lancellotti.

ESCALOPE - Substantivo proveniente do gaulês arcaico eschalope, denominação de um molousco, primo do inglês scallop e aparentado com as vieiras do Brasil. Ao se fritarem as lascas de carne muito finas, elas se enrodilhavam e assumiam um formato equivalente ao do molusco. Fonte: "A cozinha Clássica" de Silvio Lancellotti.

FRANÇA DE LUÍS XIV: Com Luís XIII que se começou a buscar uma ordem de apresentação dos pratos, mas só com Luís XIV, que se deixou de colocar todos os pratos ao mesmo tempo na mesa, seguindo uma ordem: primeiro as sopas, depois as entradas, os assados, as saladas e, por fim as sobremesas, isso porque Luís XIV era uma pessoa que comia muito e apreciava muito esse momento.Os doces, que só eram servidos em festas, passaram a vir todos os dias à mesa de Luís XIV, que apreciava muito os mesmos e, mais tarde, já faziam parte das mesas da Europa depois das refeições., sendo produzidos em grande variedade pela pastelaria francesa.Apesar de gostas muito de comer, ele comia com as mãos. Nessa época, só os nobres tinham instrumentos especiais para cortar a comida. Os talheres eram considerados objetos de uso pessoal, e cada um tinha seu próprio estojo, levando no bolso para o caso de o anfitrião não ter talheres para os convidados. Esses estojos eram muito apreciados e significavam distinção.Os cozinheiros nessa época da gastronomia francesa, tinham o hábito de dar os nomes dos patrões ou de personalidades aos seus pratos, em retribuição ao interesse que demonstravam pela gastronomia. Fonte: "Comida e Civilização" de Carson I.A.Ritchie.

GARFO - O garfo é descoberto oficialmente pelo restaurante La Tour D´Argent. Introduzido na Europa a partir do século XV, na Itália. Antigamente as pessoas comiam com as mãos, com o tempo surge uma espécie de garfo, com dois dentes , o qual as pessoas espetavam sua comida e facilitava assim a degustação. Fonte: "Comida e Civilização" de Carson I.A.Ritchie.

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quarta-feira, 19 de maio de 2010

Ciao Ragazzi...

Um amigo meu mandou um site muito bacana sobre gastronomia.
Diferente dos demais, este site de culinária permite que as pessoas possam postar suas receitas em formas dedesenho. Achei bem bacana a idéia e serve como hobby pra quem gosta de ficar rabiscando e desenhando.

Segue o link:
http://www.recipelook.co.uk/

Abrassss

Marcelo PICCOLI
celopiccoli@terra.com.br

O majestoso pesto


Descubra a história e os segredos de um dos molhos mais apreciados e amados da culinária italiana - e do mundo

Por Silvia Percussi (*)
Foto: António Rodrigues
Produção: Cristina Esquilante

A imagem da Ligúria está ligada ao manjericão assim como ao mar. Seu micro-clima particular e o terreno ideal favorecem o crescimento de uma variedade de manjericão com perfume e gosto particularmente equilibrados. Não existe sequer uma família ligure, que não tenha um vasinho com uma planta de manjericão na varanda de casa e assim também faziam os comandantes genoveses em suas embarcações. A zona considerada ideal para o cultivo do manjericão de melhor qualidade, é aquela que vai de Genova Pra a Genova Pegli e se estende à oeste (ou ponente como dizem os locais) até Palmaro e ao leste (ou levante) até Coronata.

O “parque do manjericão” nasce da vontade da província de Genova de valorizar um recurso-simbolo da cidade, o molho pesto, junto com a necessidade de valorizar a região de Genova Pra, território onde o manjericão encontra de longa data as condições ideais para um ótimo equilíbrio de perfume e sabor. Recentemente, depois de alguns anos de espera, finalmente foi concluído o reconhecimento legal de todos os produtos ligures ou da região, assim, o manjericão e conseqüentemente o pesto produzido nesta zona tornou-se um produto DOP (denominação de origem protegida). Esta sigla já é usada para os produtores de azeite e começa a ser usada também em produtos agrícolas e alimentícios, cujas características qualitativas dependem essencialmente e exclusivamente do território no qual são produzidos.

Portanto, a caracterização geográfica é quem determina a identidade de um produto certificado. Esta mesma identidade territorial e sua impossibilidade de réplica em outras regiões da Itália, é garantida pelo DOP. A variedade “manjericão genovês” tem uma folha de dimensão médio–pequena, com formato oval e convexo e cor verde tênue. Seu perfume é delicado e não apresenta aquele traço de menta que é encontrado em outras variedades de manjericão.

SABOR RASGADO

Além do manjericão, o modo de preparo do molho pesto interfere no sabor. O antigo pilão (“pestello”) em madeira macera as folhas, desfribrando-as, graças ao movimento rotatório provocado pelo pulso de quem o estiver utilizando. Assim, rasgado, o manjericão entrega todo o seu sabor. Antigamente, quando se usava o almofariz (“mortaio”) de mármore e o pilão de madeira de oliveira, pereira ou macieira, para não oxidar as folhas, era colocado no fundo primeiro o alho e o sal-grosso, importantes para evitar a oxidação do manjericão e assim se davam as primeiras maceradas. Em seguida, se acrescentava aos poucos o manjericão (as folhas lavadas e secas) até obter uma espécie de pasta, então se trabalhava com os pinoli e os queijos. Em geral, os queijos parmesão e pecorino, eram colocados em duas partes iguais, mas podem ser alterados de acordo com o seu paladar. O composto bem amalgamado vinha terminado com o azeite, que por motivos de comodidade era feito em uma terrina ou vasilha. Depois de fazer o pesto é que se percebe se excedemos ou não no azeite.

A vida moderna deixou o artesanato de sua preparação um pouco de lado e levou muita gente a utilizar o liquidificador (ou processador), que é prático, mas cria um grave problema: o azeite pode cozinhar o manjericão, por causa do calor. E isto é um problema porque o pesto é um molho que, a rigor, deve ser utilizado cru. Para contorná-lo, deveríamos usar a velocidade mínima do liquidificador e fazer breves pausas para evitar o seu aquecimento.

Coberto com um pouco mais de azeite, o pesto pode ser mantido em geladeira por diversos dias. Para a preparação do minestrone o pesto deve ser preparado sem pinoli. Já no Tigulio – entre as cidades ligures de Portofino e de Sestri Levante – é preparado com coalhada, ao invés dos queijos o que lhe proporciona menor tempo de durabilidade, devendo ser consumido rapidamente. O molho pesto pode ser utilizado com todas as variedades de massas secas por não ligar com os ovos. Confira a receita clássica.

PESTO ALLA GENOVESE

4 porções

3 a 4 dentes de alho descascadosum maço de manjericão fresco; 1 colher (sopa) de queijo parmesão ralado1 colher (sopa) de queijo pecorino ralado; 1/2 xícara (chá) de azeite de oliva extravirgem (aproximadamente); 2 colheres (sopa) de pinoles; 1 pitada de sal marinho;

1 Coloque o alho, o sal e os “pinoli” em um almofariz e macere com um pilão. 2 Acrescente o manjericão desfolhado sem os cabinhos, lavado e enxuto. 3 Continue a macerar até obter uma pasta homogênea e perfumada, em seguida coloque os queijos e regue com o azeite, macere mais algumas vezes até o molho ficar bem misturado. 4 Coloque em um recipiente limpo e cubra com o azeite. Conserve na geladeira ou freezer.

(*) Silvia Percussi é chef de cozinha do restaurante Vinheria Percussi, Rua Cônego Eugênio Leite, 523, Pinheiros, tel. (11) 3088-4920, em São Paulo (SP)
Fonte: Prazeres da Mesa online

segunda-feira, 17 de maio de 2010

P.A.R.T.I. - Um grupo à parte!

Imagine você, cerca de 35 pessoas, que não se conheciam e no início de 2010 possuíam apenas duas coisas em comum: Descendência Italiana e paixão pela gastronomia! APENAS??
Poucos meses depois essas mesmas pessoas parecem se conhecer há pelo menos alguns anos, formam um dos grupos mais divertidos que conheci e com quem pude trabalhar.

Desde talentos cômicos natos (incluindo pitadas de stand up comedy), até apresentação tipo show de calouros com direito a representação das Particats (Pampacats do PARTI) no dia 15 de maio, tive a oportunidade de levar o grupo para uma visita à vinícola Don Guerino localizada em Alto Feliz. O objetivo dessa visita era a recuperação de uma aula que não fora ministrada por conseqüência de um feriado...Que bom...

Fica difícil precisar se o resultado da visita teve influência do nome da pequena cidade ou se o mesmo esteve atrelado à significativa quantidade de suco de uva fermentado em formato que "passarinho não bebe"!

Na realidade, a questão central me parece estar diretamente ligada à paixão e atitude desse sensacional grupo que se formou e me cativou!

Entre algumas garfadas, boa conversa, visita à fábrica com direito à degustação e muito jogo de cintura em uma situação, digamos, delicada, a experiência dessa visita foi especialmente produtiva para o fechamento da disciplina de gestão de marketing e principalmente, extremamente prazerosa!

Que venham outras!

Muito sucesso e um carinhoso abraço,

Prof. Christian Tudesco
Coordenador Núcleo Internacional Jr.ESPM - RS
+ 55 51 3218 1300
ctudesco@espm.br

Vinagre aristocrata

Post enviado por Ana Beatriz Miranda Guimarães
p.a.r.t.i.projetopoa@hotmail.com

O verdadeiro aceto balsamico é produzido artesanalmente, apenas na região de Modena, na Itália, e empresta um paladar especialíssimo a saladas e até sobremesas

Por Tatiana Fraga, Revista Adega

O Aceto Balsamico di Modena é o aristocrata dos vinagres, feito da fermentação de um tipo especifico de uvas, o trebbiano, que são cultivadas somente na região de Modena, no centronorte da Itália."De cor marrom escura e brilhante, o aceto é repleto de nuances. Desprende um aroma ácido, mas não agressivo, com equilibrado sabor agridoce. Sua origem também é medicinal, daí se ter agregado ao termo "aceto" o adjetivo "balsamico", que vem de bálsamo ou remédio" explica o crítico de gastronomia Arnaldo Lorençato.

Diferente dos vinagres comuns que são derivados do vinho azedo, o aceto é feito do mosto ou do suco de uva prensado, cozido e depois filtrado. Assim, o aceto balsamico difere dos outros vinagres porque não existe o processo de fermentação nos primeiros estágios da sua fabricação; dessa forma, o seu conteúdo de açúcar se mantém intacto. O seu sabor também é bastante distinto dos vinagres comuns. Bem menos ácido, varia entre o doce e o azedo. Os acetos mais envelhecidos são mais doces e possuem consistência de xarope podendo ser utilizados em sobremesas.

Produção

Segundo Lorençato, "a produção do aceto é recente, do final do século XVIII. É um produto de âmbito familiar, tradicional, artesanal e muito delicado, por isso caro. Citado pelo poeta Virgílio, nascido em 70 a.C. e autor dos versos da "Eneida" -, o aceto só foi codificado em 1860 pelo médico Francesco Aggazzotti. A partir daí, adotouse uma única fórmula para a fabricação. O mosto de uva cozido é a matéria-prima do Aceto Basalmico Tradizionale di Modena".

Sem ferver, permanece no fogo entre 24 e 48 horas. Segue para fermentar naturalmente por ação das próprias moléculas de açúcar e do Acetobacter. A etapa seguinte é um demorado processo de envelhecimento em diferentes barricas de madeira. As barricas são agrupadas em cinco ou sete unidades. A barrica-mãe tem capacidade para cerca de 220 litros e é dela que vai sendo retirado o líquido para alimentar outros pequenos barris, feitos em tamanhos e com madeiras diferentes: carvalho (60 litros), castanha (50 litros), cereja (40 litros), freixo (30 litros), amoreira (20 litros). O estágio final é em garrafões de cerâmica com boca protegida por tecido de linho.

A nutricionista Myriam Ganzerli explica que "durante o cozimento, o mosto pode ter o seu volume reduzido de 30% a 70%, dependendo da quantidade de açúcar. Durante o processo de envelhecimento nos barris - quando o líquido é transferido de um barril para outro em intervalos regulares, eles são mantidos aquecidos por pequenas chamas para "destilar" o vinagre através da evaporação. Assim sendo, os barris subseqüentes são menores do que o primeiro para acomodar o líquido reduzido. Por exemplo: o barril de carvalho tem capacidade para 60 litros e é o primeiro a ser utilizado no processo, já o de mulberry usado no final acomoda apenas 20 litros. Esse processo é chamado de "rincalzo" e é freqüentemente feito na primavera. Os barris nunca são limpos para manter na suas paredes a bactéria "mãe" responsável pelo processo de fermentação".

Os acetos são classificados conforme o tempo de maturação:

Jovens: A produção de um aceto balsâmico "junior" leva de 8 a 10 anos e é ideal para ser usado em saladas ou molhos;

Intermediário: 15 a 20 anos de envelhecimento. Adequado para ser servido junto com lascas de parmesão, frituras e para compor molhos juntamente com mel e mostarda;

Senior ou Aceto extra vecchio: maturado por 25 anos ou mais, tem uma flagrância de musky, aveludado e com textura de um xarope. Esse tipo de aceto pode ser servido após uma refeição no lugar do licor. Também adequado para acompanhar morangos ou sorvete de baunilha.

"Mas não pense que esse é o vinagre encontrado nas prateleiras de supermercados e empórios finos brasileiros. São sucedâneos feitos em larga escala e muito longe de ter a mesma classe.

Somente o autêntico Aceto Balsamico di Modena pode ostentar a denominação "tradizionale".

Custa caro e é vendido em frascos de 500 mililitros, no caso dos envelhecidos entre dois ou três anos, ou vidrinhos de 250 mililitros, com cinco anos", diz Arnaldo Lorençato. A versão industrializada começou a ser importada no Brasil há uma década e já caiu no gosto da classe média brasileira.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

No Dia do Cozinheiro, chef fala sobre a carreira gastronômica

Helena Dias, do R7

Maurício Ganzarolli acredita que a persistência é mais importante que a formação

Nesta quinta (13), comemora-se o Dia do Cozinheiro, e muitos são os requisitos para quem quer seguir a carreira gastronômica. Mas nem sempre um curso específico é o primeiro passo, como é o caso de Maurício Ganzarolli, dos restaurantes Banana Sushi e Bananeira, ambos em São Paulo.

No ramo há 20 anos, o chef atribui tudo o que sabe aos estágios e à experiência. Ele ingressou na carreira literalmente “pelos fundos”. Na Itália, onde morou por mais de quatro anos, o chef começou como ajudante de cozinha, lavando pratos.

- Caí de pára quedas dentro de uma cozinha e as coisas foram acontecendo. Não deu tempo de fazer um curso de formação, então fui aprender mesmo na cozinha.

Ainda na Europa, Ganzarolli foi atrás de estágios e acredita que a experiência vale mais que a teoria.

- Eu acho que a falta de uma formação específica não me prejudicou, pois consegui, de certa forma, buscar complementar essa falta.

Ganzarolli acredita que a persistência é a alma do negócio. No início da carreira, o chef bateu de porta em porta e insistiu por uma vaga. O primeiro estágio foi no restaurante Sadler, em Milão, na Itália, onde ficou por mais ou menos seis meses estagiando.

- O estágio é a melhor maneira possível de ser um chef. Você frequenta estruturas diferentes, se adapta a cada cozinha. Cada restaurante tem uma maneira diferente, o que ajuda a criar experiência no início de carreira.

Muita gente vê um certo glamour na profissão de chef, e acha que eles só recebem elogios, conhecem pessoas famosas e aparecem em revistas. A realidade não é bem assim. Ganzarolli conta que sua carga horária média é de 14 horas por dia.
- Venho observando que tem uma leva muito grande de jovens que vislumbra a profissão de chef. E a carreira exige muita dedicação e esforço. Às vezes trabalho por 18 horas. No último sábado (8), cheguei a 20 horas.

E engana-se também quem pensa que a vida de cozinheiro é apenas cozinhar. Ganzarolli explica que também é responsável por cursos de culinária, criação de cardápio, limpeza, funcionários e tudo que envolve um restaurante. E esse tipo de aprendizado só acontece com a prática.

- As pessoas não podem achar que quem acabou de se formar na faculdade já pode ser considerado um chef. Ser chef leva anos. Dicas para quem quer começar a carreira:

- É preciso sempre se renovar e se reciclar com cursos, workshops, treinamentos e leituras;
- Ter persistência é fundamental;
- Toda experiência é válida, mas os cursos muito curtos não dão base suficiente;
- O cliente tem sempre razão. Muitos chefs que vêm do exterior não dão certo porque não aceitam críticas e observações;
- Tentar entender o que o cliente quer e ir de encontro às necessidades dele também é importante;
- Antes de escolher um curso, é bom tentar passar alguns dias em uma cozinha de restaurante, acompanhando e vivenciando a rotina.
(Pauta sugerida pela aluna Elisa Prenna)

As armadilhas do sucesso

No início de abril, a HSM promoveu o Fórum HSM de Gestão e Liderança que teve como uma das palestrantes Rosabeth Moss Kanter, uma das principais professoras de liderança e gestão de mudança da Harvard Business School e uma das maiores especialistas mundiais no tema. Nessa palestra, a professora apresentou um caso que me chamou a atenção pelo seu alinhamento com uma das minhas principais preocupações quanto ao atual momento dos negócios no país.

Segundo Rosabeth, havia uma equipe americana de futebol que tornou-se popular pelo fato de nunca conseguir vencer seus adversários. Era uma espécie de Ibis americano (aquela equipe pernambucana que se notabilizou no Casseta e Planeta como a pior equipe do mundo ficando quase quatro anos sem vencer nenhuma partida). O fato concreto, porém, é que essa equipe adotou uma postura determinada para buscar sua primeira vitória.

Diversas iniciativas foram tomadas nesse sentido sendo que a mais importante foram as intensificações dos treinamentos. Cada atleta investiu uma tremenda energia em busca de sua superação e o esforço para alcançar esse objetivo foi reconhecido por toda a comunidade que viu ali um exemplo de determinação.

Partida após partida o objetivo se tornava mais próximo. As derrotas já não eram tão fáceis e começaram a surgir os primeiros empates. Porém, nada de vitórias. Com a evolução da equipe, seus adversários começaram a respeitar mais seu potencial, pois reconhecia no grupo uma determinação importante, diferenciada. O comprometimento do time com o alcance de seu objetivo era inequívoco, impossível de passar despercebido.

Após meses de tentativas e trabalho duro, a primeira vitória chegou. Como não poderia deixar de ser diferente foi uma vitória magra, dura, conquistada com muito suor e defendida até o último segundo do jogo. As comemorações foram incríveis. Toda a comunidade congratulou-se com a equipe e seus heróis ficaram extremamente populares. Finalmente o esforço daquele grupo foi premiado e o tão sonhado objetivo alcançado. Os jogadores, inebriados pelo sucesso, sentiam-se totalmente realizados e as festividades continuaram por dias. Excelente, não é? Nem tanto.

No próximo jogo a equipe entrou confiante, certa de que tinha encontrado o caminho para o sucesso. Resultado? Uma estrondosa derrota. O adversário não deu nenhuma chance a confiante equipe e o que se viu foi um grupo apático de jogadores, sem foco e determinação. Parece que algo se perdeu no caminho. Todos ficaram atônitos diante de uma equipe com uma atitude muito diferente daquela que estavam acostumados a ver, mesmo nos momentos quando as vitórias não vinham. O mesmo ocorreu na 2ª, 3ª, 4ª e nas partidas seguintes. Todos se perguntavam: afinal, o que aconteceu com nossos heróis?

A resposta estava diante dos olhos de todos. Ao atingir seu principal objetivo, o grupo “baixou a guarda” e achou que a batalha estava ganha. Pensando assim abdicou de seu principal trunfo: a determinação em sua superação e o envolvimento pleno nos treinamentos. Como a equipe já havia atingido o patamar desejado imaginou-se que não seriam mais necessários os sacrifícios nos treinamentos buscando o “algo a mais”. Como sempre, esse raciocínio é o começo do fim, pois leva a uma atitude de arrogância, prepotência que, via de regra, traz como conseqüência o fracasso. Essa é a verdadeira armadilha do sucesso.

Além disso, o grupo confundiu fim com meio. O principal objetivo não era o de vencer uma partida. Na realidade o foco deveria estar centrado na formação de uma equipe vitoriosa capaz de conquistar diversas vitórias de forma sustentável e perene. A primeira vitória não deveria ser encarada como o fim e sim como o meio para conquista de confiança e para a iniciada da caminhada rumo ao verdadeiro objetivo da equipe: a formação de um grupo vencedor.

Boas lições para nosso dia a dia nos negócios, você não acha? Quantas vezes nossas vitórias, representadas pela conquista de um cliente complexo ou pela realização de uma grande venda, não nos dá a percepção de que estamos preparados para tudo? Quantas vezes não confundimos um êxito pontual com a conquista de nosso objetivo principal sem nos dar conta que pode ter sido apenas o início de todo processo e não o seu fim?

O atual momento por qual passamos no país é pródigo. Me deparo a todo dia com empresas e profissionais que estão crescendo vertiginosamente, e cujo nível de confiança é inimaginável para os padrões históricos de nosso país. É importante, porém, não perdermos a perspectiva e reconhecer essas armadilhas. Devemos aproveitar esse momento para conquistarmos nosso espaço, nos aprofundarmos em nosso aperfeiçoamento e nos prepararmos para um processo de crescimento sustentável. As vitórias sempre devem ser celebradas, porém não podemos abrir mão de retornarmos aos fundamentos e nos fortalecermos para as próximas batalhas.

E não menos importante: não existe atalho para o sucesso. Como diz aquele velho ditado: é só no dicionário que o sucesso vem antes do trabalho. Fique de olho nessas armadilhas, confie em você e faça a sua parte.

Por Sandro Magaldi (diretor comercial da HSM do Brasil, Professor da ESPM e autor do livro Vendas 3.0 - Uma nova visão para crescer na era das ideias. Visite seu blog: http://www.sandromagaldi.com.br/)

HSM Online 22/04/2010

terça-feira, 11 de maio de 2010

Heinz Beck: Um pensador na cozinha


Post enviado por
Claudia Antonini
claudia.antonini@terra.com.br

O chef bávaro Heinz Beck prevê o fim da culinária dita molecular e o êxito de uma nova experiência, destinada a valorizar a matéria-prima e preservar a saúde do freguês

Por Mino Carta

De quando em quando colhem-se na Terra provas da existência de Deus. Eis aí, acaba de fechar o restaurante El Bulli de Ferran Adrià, o inventor da chamada cozinha molecular, que inúmeros prosélitos fez pelo mundo para alegria de quem não aprecia os sabores autênticos da comida genuína.

Nesta entrevista, Heinz Beck, o chef bávaro do restaurante La Pergola do hotel Cavalieri Hilton de Roma, vaticinava, logo após o Natal do ano passado, o fim de uma experiência química que, por exemplo, se esmera em transformar camarões em espuminha tão insondável quanto névoas escocesas nas madrugadas invernais.

Diga-se que revistas destinadas a promover modismos gastronômicos cuidaram, de uns tempos para cá, de classificar El Bulli como o melhor restaurante do mundo, com lugar garantido na segunda posição a uma casa londrina inspirada nas alquimias de Adrià. Beck, 46 anos, há 15 no comando do La Pergola, contenta-se em receber 19 pontos em 20 do Guia da revista L’Espresso, três estrelas do Michelin, 93 pontos em cem do Gambero Rosso.

No currículo do chef bávaro há uma série de livros destinados a contar seu restaurante e sua gastronomia, obviamente impecáveis do ponto de vista estético e carregados de preciosas receitas. Sua obra-prima não figura neste rol. Saiu no ano passado, publicada pela Mondadori em sua mais importante coleção non-fiction, a mesma em que teve espaço Gomorra, de Roberto Saviano.

O livro chama-se L’ingrediente segreto, o ingrediente secreto, tem mais de 200 páginas e é o autorretrato de um mestre da melhor cozinha capaz de tratá-la com força poética. E de escrever a bico de pena.

Emerge da obra uma pessoa de notável cultura, habilitada a citar de Homero a Eugenio Montale, de Petrônio e Sêneca a Tolstoi. Um autêntico pensador da gastronomia, no alvo da alimentação saudável e dotado de profundo senso da responsabilidade e da hospitalidade. Desta entrevista, e de muitos contatos que, felizmente, já tive com Heinz Beck, emerge um homem em paz com a vida e com o seu trabalho.

Muito bem casado com a italiana Teresa, feliz de viver em Roma, sua cidade preferida. “Sou loucamente apaixonado por arte – diz –, e Roma é um museu a céu aberto.” Feliz dos “seus rapazes”, executores fiéis de serviços impecáveis, na cozinha e na sala, onde atuam sob o comando dos maîtres Simone Pinoli e Umberto Giraudo, e de onde pode-se contemplar um panorama deslumbrante da capital-museu do alto do último andar do Cavalieri Hilton.

No centro, a cúpula de São Pedro. Aliás, Ratzinger, quando cardeal, esteve no La Pergola mais de uma vez, e aqui não escapo à anotação de que o papa e o chef se assemelham extraordinariamente na pronúncia da língua italiana.

Carta Capital: Por que Roma? Por que a Itália?

Heinz Beck: Queria fazer uma experiência num país mediterrâneo, trabalhei antes na Espanha durante sete meses, mas pretendia conhecer outra cultura. Claro que a ideia inicial não era aquela de permanecer aqui por 15 anos, como se deu. -Quase cheguei a abrir um restaurante na Espanha, acabou por não dar certo e aí surgiu a oportunidade de vir para Roma. O hotel Cavalieri Hilton entrou em contato comigo e teria também a possibilidade de montar um restaurante em Munique. Então pensei: Munique conheço bem, e Roma não.

CC: O senhor nasceu em Munique?

HB: Nasci perto; trabalhei vários anos na capital da Baviera. Vim para a Itália e passei a amar esse país, além do mais a cozinha italiana é uma cozinha fantástica. A cozinha que, a meu ver, é a mais moderna do mundo, porque fornece respostas às problemáticas maiores em relação à alimentação: comida sadia, salutar, leve, elegante. Por isso acabei ficando. Dei um grande passo ao encontrar uma nova cultura, muito diferente daquela que conhecia. A minha cultura culinária era nórdica, mais pesada e mais elaborada. Tive de colocar em dúvida tudo o que tinha feito antes. Nasceu algo novo e este é o verdadeiro desafio, quando num momento da sua vida você tem de fazer uma escolha grande, importante. É algo muito salutar pôr em dúvida tudo de vez em quando. Hoje, por exemplo, falei com meus rapazes, fizemos um pequeno meeting, Umberto, Simone, Maurizio, Emiliano e eu, e falamos do ano que passou e também do novo, e depois disse que estou repensando novamente um pouco em tudo, o tempo é propício para darmos outro passo. O cliente, está claro, não deve perceber o alcance das mudanças e a maneira de processá-las, caso contrário, você o estressa, cansa e o relaciona com algo que ele não conhece. Cabe a nós relaxá-lo, isto sim. O segredo é fazer com que se sinta bem.

CC: Como nasceu a sua vocação?

HB: Eu não queria ser chef, eu me tornei chef porque briguei com meu pai, não permitiu que entrasse na faculdade de Belas Artes para me tornar pintor. Então eu disse: “Não estudo mais”. Diga-se que, nos anos 70, qualquer pai cairia das nuvens se o filho dissesse “quero ser pintor...” Minha família é de joalheiros, classe média, e meu pai respondeu-me, obviamente, que pintor não tem futuro. Eu tinha um irmão gêmeo que queria se tornar chef, e assim falei: “Tudo bem, me torno chef também”. Não, disse meu pai, dois chefs, em uma família só não é possível. Também neste caso vale uma observação. Chef há 40 anos era sujo, gordo, ignorante, conforme os preconceitos que todos então praticavam, principalmente na média/alta burguesia. Ainda assim, fui muito insistente e ele falou: “Faremos assim, lançarei uma moeda no ar, a fim de que apenas um possa se tornar chef, e o outro fará algo diferente”. Lançou a moeda e eu me tornei cozinheiro.

CC: E o gêmeo?

HB: Estudou administração hoteleira em Lausanne. Fez a universidade e eu me tornei cozinheiro. E me dediquei muitíssimo ao trabalho, porque sou uma pessoa séria, e procurei aprender o máximo possível. Apaixonei-me pelo mister e agora minha vocação é plenamente realizada.

CC: Frase de Proust: um grande cozinheiro é como um grande pintor, ambos sabem enquadrar a natureza.

HB: Respondo com duas frases minhas: um pintor é grande quando consegue dominar a luz, um chef é grande quando consegue dominar o sabor. Digo ainda que as coisas mais apreciadas são as simples, desenvolver, porém, uma ideia simples é a coisa mais difícil.

CC: Que acha a respeito da cozinha molecular?

HB: Essa é uma pergunta que tomo em sentido amplo. Já houve tempos de grande -fome, tempos de guerra, inclusive. As coisas melhoraram em seguida, logo depois chegou Bocuse e começou a sua revolução, que era a revolução da nouvelle cuisine, muito boa, muito apreciada. Com o tempo, esta cozinha atingiu o extremo, com duas cenouras no prato e 20 gramas de carne. Era uma cozinha de pensamento muito nobre, de qualidade, que acabou banalizada pelos extremistas, e por isso perdeu seu valor. A cozinha, quando chega ao extremo, será fatalmente substituída por algo novo. Surgiu a moda do molecular. Ideia em princípio importante e válida porque depois de bastante tempo chegou um tipo de cozinha que faz refletir. A reflexão é muito importante para os profissionais, às vezes é muito bom acordá-los e obrigá-los a pensar, caso contrário começa o achatamento. A molecular teve os seus méritos. Agora chegou ao extremo e desaparecerá. Na minha opinião vem aí um novo tipo de cozinha muito diferente. Partirá de todas as tradições e inovações para escolher o que há de melhor, como, por exemplo, tempos justos de cozimento, e caminhará na direção de uma nova ciência, aquela da saúde. Não pode ser de outra forma. Os nossos comensais são cada vez mais informados e mais conscientes, exigem um cardápio e alimentos que preservam o organismo.

CC: A cozinha molecular se parece mais com uma experiência química.

HB: Relativamente, porque químico não é mais o químico do que encontramos na grande indústria. Os chefs não têm a capacidade para desenvolver aditivos químicos e encontram na indústria, semiprocessados, alguns integradores, alguns densificadores.

CC: Não há risco do ponto de vista da saúde?

HB: O risco é relativo. Por exemplo, a “santana”, produto já eliminado porque perigoso, era utilizada já nos anos 50. Difícil é acreditar que faz mal ao nosso organismo. Depois de 50 anos? Falamos de adensadores e dos aditivos. E a poluição atmosférica? Não falamos desta porque não podemos eliminá-la. Não falamos dos pesticidas. A maçã e a uva são os frutos mais poluídos, com 15 pesticidas ativos em seu interior. Eu não quero conservar a cozinha molecular, aliás, não a pratico, eu uso algumas técnicas comuns, só isso. Digo, porém, que o desenvolvimento deve ser feito para o bem de nosso hóspede. Se o senhor prova o nosso menu de degustação, come seis ou sete pratos, e na manhã seguinte não precisa tomar dois litros de água, isto ocorre porque nós cuidamos da qualidade dos produtos, da salubridade dos diversos cozimentos, e a frequência do cardápio obedece a um percurso muito sadio. No ano passado, fiz uma pesquisa médica sobre a oscilação glicêmica pós-almoço, para compreender ainda melhor aquilo que posso e aquilo que não posso fazer. Meses atrás, fui convidado para abrir o congresso internacional de cardiologia aqui em Roma. O tema era “Hipertensão arterial causada pela alimentação”. Também participei de um congresso sobre diabetes no Dia Mundial da Diabetes. Há tempo sou considerado o chef mais avançado na relação alimento-saúde. Na Alemanha, em 2002, em uma transmissão ao vivo, demonstrei, preparando o mesmo prato de três formas diferentes, que o cozinhar sadio não determina o sabor, embora exista o preconceito de que saúde é igual à comida sem gosto. Nós devemos também pensar que viemos de uma tradição sem -geladeiras. Manter os alimentos frescos era muito difícil e por isso sobraram hábitos de muitas preparações hoje inúteis. Hoje, por exemplo, não temos necessidade de combater com especiarias o gosto forte de matérias-primas não mais perfeitas. Outro problema importante é representado pelas manipulações das matérias-primas. Por exemplo, as sementes das abobrinhas são manipuladas para conseguir legumes maiores, com menos sementes e protegidas contra o ataque de parasitas.

CC: Esse tipo de manipulação torna a abobrinha menos boa e menos recomendável do ponto de vista da saúde?

HB: Não, a abobrinha não é menos boa, mas o problema é outro. No decorrer dos séculos, a evolução mudou as matérias-primas continuamente: o tomate, por exemplo, antes era amarelo, hoje é vermelho. A mutação do nosso organismo necessita, porém, de cinco gerações para adaptar-se, adapta-se com o tempo, e não tem problema se há três ou quatro mutações nos alimentos porque sempre houve produtos que chegaram de outros continentes e foram integrados na nossa dieta. O problema hoje reside na enorme quantidade de mutações, o nosso organismo já não aguenta e é por isso que nos últimos anos aumentou o número de doenças ligadas às intolerâncias. Devemos distinguir alergias das intolerâncias. Uma intolerância não me faz bem, porém não coloca em grave risco minha saúde, ao contrário da alergia. Se, por exemplo, eu como alho, tenho uma intolerância, porque me traz alguns distúrbios. Se como ostra, fico ruim por três dias. No entanto, nem todas as variedades de alho me fazem mal, há algumas que não me ofendem. Exemplo, se vou visitar minha sogra na Sicília, ela usa um tipo de alho que não me causa problema algum.

CC: As lições maternas são importantes para o futuro cozinheiro?

HB: Sim, muito importantes. Ela é quem transmite a cultura. Importante é conhecer um povo, uma tradição, porque você passa a ver a direção a seguir. Se o chef quer o sucesso, deve cozinhar para o cliente e não para si mesmo.

CC: Qual é a diferença da cozinha da mamma, que faz uma cozinha de receitas tradicionais, e aquela de um chef que cria?

HB: A diferença está na sensibilidade em encontrar as temperaturas justas, o justo equilíbrio. Porque nas tradições o coração cobre alguns defeitos de execução. A cozinha da mamma desenvolveu-se no decorrer- dos séculos, aquilo que faz o chef é dar as mesmas emoções, transformando tudo de forma mais perfeita. É uma arte do equilíbrio, da harmonia, como a palheta de um pintor. Como o pintor que coloca a luz no interior de seus quadros, ou como mistura as várias cores e como as combina. Piet Mondrian, por exemplo. Há quem diga que ele não é um grande pintor porque usa três, quatro cores, e pensa que seja fácil fazer isso. Muitos, porém, procuram imitá-lo, mas sem êxito, não conseguiram o mesmo efeito. Por quê? Porque os quadros mais importantes de Mondrian não são do início da sua carreira, e sim do fim. Começou como figurativo e foi depurando até a essência.

CC: A cozinha oriental, China, Japão, Tailândia, teve influência em certas mudanças nos últimos 40 anos?

HB: Teve. Porque sempre houve globalização na gastronomia. Mais nós viajamos e cada vez mais estamos nos confrontando com outras tradições. Cabe a cada qual aproveitar a experiência a seu modo. Eu não aceito uma globalização forçada. Globalização, sim, porém não esqueçamos a tradição.

CC: Os japoneses não influenciaram muito a apresentação, a estética do prato?

HB: Os japoneses muito, muito mais que os chineses. A grande cozinha chinesa é pouco conhecida. Conhecida é uma cozinha chinesa pobre e muitas vezes mal executada. É também, em parte, o que acontece com a grande cozinha italiana. Muita gente acredita que a cozinha italiana se resume a massa e pizza. Esta cozinha vem da imigração. Os primeiros imigrantes, pobres, partiram para a massa e a pizza porque eram mais acessíveis. A Itália, como todas as grandes culturas, tem muito respeito para com a cozinha. No Renascimento, tudo aquilo que foi cozinhado nas cortes italianas era invejado mundo afora. Naquele momento, nos outros países, os ricos cuidavam era de empanturrar-se. Essa banalização da cozinha italiana no mundo me incomoda, também porque eu estudei e sei que a cozinha italiana não existe, existem inúmeras cozinhas regionais italianas. Na França, pelo contrário, há substancialmente uma cozinha nacional, a despeito de algumas diversidades. Na Itália não, porque aqui não nasceu na Alta Idade Média um Estado nacional, e sim uma grande quantidade de Cidades-Estado, como na Grécia antiga. A França girou em torno de Paris. Na Itália, cada cidade foi uma capital refinadíssima, pioneira no desenvolvimento de todas as artes, inclusive a arte de comer. Mas também os velhos gregos, os egípcios e os romanos, todos tinham um grande respeito pela cozinha. Conta-se na Ilíada que Aquiles, na noite em que foi tomada a decisão final da Guerra de Troia, cozinhou pessoalmente para seus colegas generais. Era a melhor maneira de mostrar o apreço que tinha por eles. E esta é uma cultura, um grande respeito, uma grande sensibilidade em relação ao hóspede.

:: Pensamentos e confissões

O que é cozinha, os prazeres do mercado, quando o prato está “sentado”. Ideias esparsas de um mestre

Cozinha (cucina, em italiano) para mim é um acrônimo: Como Unir Comunicação, Encantamento, Natureza e Harmonia. Cozinha é interpretação, história e filosofia dos sabores, loucura disciplinada e rigor mediterrâneo. Cozinha é vida, a minha, que saboreio em doses pequenas e intensas, para aproveitá-la por inteiro. Para mim, cozinha é gosto, sabor, memória, prazer, participação de todos os sentidos. Cozinha não é comer. É muito, muito mais.Nihil posse creare de nihilo, nada se cria do nada, como diz Lucrécio. Tenho de encontrar algo que seja meu princípio. Algo que eu veja, ou sinta, ou fareje, ou recorde. Algo que me atinja, me toque por dentro e desperte o som de uma resposta: será a minha primeira nota, meu primeiro passo. Devo ter uma ideia.

Diz-se ser possível comer também com os olhos. Para mim isto é tão verdadeiro a ponto de valer para alimentos ainda não cozinhados. Ao dar voltar pelo mercado (o da praça Campo de Fiori, onde Giordano Bruno morreu queimado pela Inquisição) como com os olhos fruta e verdura. Gozo da luz que emana da casca das berinjelas, o verde brilhante das abobrinhas, o esplendor dos tomates e das laranjas. São pequenos sóis.

A cor é voz extraordinária para contar a harmonia do prato: é um poeta mudo. A forma necessita de uma porção maior de tempo do que a cor para ser assimilada, entendida, saboreada. O trabalho do chef está ligado diretamente ao tempo. É preciso que o hóspede disponha dele para apreciar, com todos os sentidos, cada pormenor.

Imagine uma mulher belíssima que vista tamanho 40: suas formas não serão valorizadas, certamente, se for trajar roupa de tamanho 36: da mesma maneira tem de ser dosada a porção: aumentar a superfície do prato serve para não oprimir seu conteúdo. A nossa matéria-prima tem de viver, precisa de espaço, caso contrário, não se criam obras de arte culinária. Assim como a arquitetura vive de áreas vazias e áreas cheias, o prato não deve parecer pesado, oprimido, feio de se ver. A matéria-prima deve viver entre espaços livres e espaços cheios, com luz e sombra.

Um prato está “sentado” quando oprimido, carregado, cheio demais. Desta maneira, “não respira”. Para arejá-lo, tem de ser eliminado tudo aquilo que o faz pesar demais ou encobre a fragrância, a vivacidade do sabor.

Um gesto nobre satisfaz sobretudo o seu autor. Da mesma forma, nós temos uma obrigação em relação a cada comensal: merece ser tratado como um rei. Hospitalidade significa máximo cuidado para quem escolhe dedicar-lhe seu tempo, sua atenção, suas expectativas de prazer.

De que maneira o luxo tem a ver com comida? Está, talvez, na rica decoração do restaurante, no emprego de matérias-primas notoriamente exclusivas: por exemplo, a trufa branca? Esta é visão óbvia, banal. Exclui as emoções. Não me pertence. Luxo, para mim, significa antes de mais nada disponibilidade para as experiências. Neste sentido, é luxuoso um prato de pasta al pesto. Luxo não é proporcional necessariamente a um grande investimento. Não é rito opulento, a jorrar riqueza. Não é o “mais, mais, mais”, e sim o que é limpo, palatável, essencial. Para mim, menos quer dizer mais.

E por falar em massa, consideremos o prato aparentemente mais fácil do mundo: espaguete com molho de tomates. Para mim, é uma felicidade saborear este prato, pois se forem bem cuidadas a escolha da matéria-prima e a execução, encerra todos os perfumes da terra.

Minha fraqueza, confesso, são as massas recheadas. Para mim, sic itur ad astra, assim vai-se no rumo das estrelas, como diz Virgílio. Não creio em comida afrodisíaca, mas acredito na erótica. Trata-se de uma criação que desafia os sentidos dos comensais, obrigados a aceitar a apetibilidade convidativa de um invólucro e a se arriscarem na surpresa do recheio: pode ser macio e sedutor como lábios de mulher, ou amargo e frio como o beijo recusado.

Fonte: Carta Capital

Visita di Giuseppe Bruno, direttore del progetto

Visita alla classe di Giuseppe Bruno, direttore del progetto, per la verifica sullo stato e le risultanze del corso di formazione. Lezione "Accoglienza e cura del cliente", a cura della professoresa Márcia La Porta. SINDPOA, 07/05. (Foto di Eduardo Franco Lazzarotto)

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Trattoria “Ai Cascinari”, nel cuore di Palermo

Di Ninfa Leonardi
ninfa.leonardi@dessrl.it

Piero e Vito Riccobono danno colore ai nostri pranzi, con la loro cucina e con la loro simpatia.

La loro trattoria, nel cuore di Palermo, propone una cucina tipica molto saporita, con proposte irresistibili come le panelle - frittelle di farina di ceci -, la pasta alla liparota condita con pomodorini ciliegino, melanzane, capperi, acciughe, caciocavallo; il fritto di mare sempre croccante e fresco; il baccalà “a sfincione”, ricoperto da una gustosa salsa di pomodoro, cipolle, acciughe, pangratttato e caciocavallo, gratinato al forno.

Vito, lo chef, è incontenibile, sempre pieno di energie che trasferisce ai piatti che prepara. Piero, in sala, descrive dettagliatamente ai clienti i piatti che degusteranno. Tutto lo staff è simpatico e cordiale. Tutti loro riescono a creare, e a mantenere sempre, un ambiente familiare ed accogliente, che invita al ritorno. Ogni settimana, per la clientela affezionata come noi e tanti altri.

Trattoria “Ai Cascinari”
Via D’Ossuna , 43 - 45
Palermo
Aperto solo a pranzo, dal martedì alla domenica; giovedì, venerdì, e sabato pranzo e cena; chiuso il lunedì.
Coperti 70 circa
Prezzo medio di un pasto completo 25/30 euro

quinta-feira, 6 de maio de 2010

História da Sopa

De Virgínia Brandão, editora do Correio Gourmand

Sopa é um alimento líquido ou pastoso, umas vezes feita somente de pão e água, outras com cereais e, ainda, hortaliças e carne de diversos tipos. Presente na alimentação humana desde que o homem pré-histórico encontrou um meio de aquecer a água para cozer alimentos - a sopa foi, provavelmente, a primeira comida elaborada e criativa da História, já que resulta da mistura de ingredientes e estes são praticamente infindáveis. Afinal, diz a lenda, que, havendo água, até de pedra se pode fazer uma sopa.

Com toda a sua simplicidade e rusticidade, a sopa nasceu quando o homem se deu conta que as carnes duras que caçava se amaciavam e adquiriam melhor sabor se cozidas com água e ervas. Quando ele bebeu desse caldo e se agradou dele, a sopa se incorporou à civilização para nunca mais sair. Recipientes de todas as espécies, do estômago de animais à sopeiras de ouro, testemunharam ao longo dos tempos o hábito ininterrupto, de todos os povos, de preparar e tomar sopas. Por ser um prato fácil e acessível, de considerável valor nutritivo e energético, os caldos e as sopas foram a base da nutrição de, praticamente, todas as civilizações.

A Bíblia nos conta que os hebreus, no Egito, preparavam suculentos caldos e, referindo-se a Gedeon, nos diz; "matou um cordeiro, pôs sua carne em uma panela e fez caldo". Na Grécia, a sopa fazia sucesso. Em Atenas, a de lentilhas, em Esparta, o famoso "Caldo Negro" feito com sangue de alguns animais misturado com vinagre e especiarias (parece estranho, alguns autores dizem que era intragável, mas o frango ao molho pardo, aquele das Minas Gerais, também tem essa base). Na China, os camponeses se reconfortavam com sopas de arroz e favas. Roma teve uma grande tradição "sopeira". Desde os seus primórdios os pastores tinham como prato principal e cotidiano uma sopa de farro (um grão típico da Itália, muito antigo, semelhante ao trigo mas de consistência mais dura) e grão de bico, que se acompanhava com outros produtos de época como verduras, legumes, frutas e queijos. A decadência de Roma coincide com o auge das sopas, que chegou a transformar-se num alimento de luxo.

Após a queda do Império Romano, a sopa sobreviveu ao Império Bizantino, cujo povo se regalava com sopas de peixes com legumes, muito nutritivas e açucaradas com mel em abundância.

Apogeu na Idade Média

No século 12, sopa designa um pedaço de pão sobre o qual se verte caldo fervente de carnes, legumes ou vinho, diretamente em travessas fundas de madeira, barro cozido ou estanho. Uma crônica da época, conta que os priores e abades foram os primeiros adeptos da iguaria, fazendo servir de 5 a 6 sopas distintas diariamente, além de ser o tema um assunto de animadas conversas e discussões.

Durante a Idade Média, as sopas, de fato, ganham notoriedade, não só nas abadias e mosteiros. A medicina reconhece suas virtudes terapêuticas e passa a prescrevê-la como remédio, sendo o caldo de galinha o mais cotado, antes de qualquer outra.

Na mesa do pobre, ela era, de longe, o alimento complementar mais importante. De ovos, favas, abóbora, alcachofra, alho-porro, ervilha, couve, rabanete e outras hortaliças, em geral selvagens, era ela que, de manhã e de noite, ajudava a engolir o pão duro e escuro dos camponeses, este, o principal elemento da alimentação popular. O caldo dessa sopa era, quase sempre, temperado com cebolas e dentes de alho e aromatizado com diversas ervas; sempre que possível, um pedaço de carne, em geral de porco, salgado, temperado com gordura, manteiga ou óleo.

Foi, ainda, a essa altura, que as sopas começaram a aparecer no repertório culinário da nobreza européia, mas, diferentemente da sopa dos pobres, os caldos eram fartos em carnes e condimentados com muitas especiarias. Eram comuns as sopas agridoces, nas quais usava-se mel e, mais tarde, açúcar. Também era costume colorir as sopas: açafrão para ficarem amarelas, leite de amêndoas para ficarem brancas.

Tempos Modernos De arquétipo das virtudes campesinas e posterior emblema da calma felicidade burguesa, a sopa adentra a era moderna sofisticando-se. A partir do século 16, as cozinhas italiana e francesa deram o seu "toque de classe" à arte de prepará-las. A primeira introduziu a novidade das massas e ervas aromáticas como o tomilho, os orégãos e a manjerona. Na França, os cozinheiros davam o seu melhor: crèmes, bouillons, veloutés, consommés..., batizando as suas invenções com nomes de reis.

No século 17, Louis 13, rei da França, saboreava, diariamente, dois grandes pratos de sopa. Entusiasmado com os legumes, mandou que se plantassem no Palácio de Versailles os mais delicados e deliciosos legumes e estes passaram a entrar nas inúmeras "potage de plaisirs" (sopa de prazeres) que se tornaram a última moda entre a aristocracia francesa. Isto estimulou os cozinheiros da época, entre eles, Françoise de la Varenne (1615-1678), que, sozinho, criou mais de 300 receitas diferentes.

Nas mãos dos mais célebres chefs franceses, as receitas reais se enriquecem e, no século 19, por toda a Europa, as sopas passam a abrir o menu dos jantares das boas mesas. Uma mesma refeição pode comportar de duas a cinco sopas diferentes: "A la Conti, A la Saint-Cloud, A la Dauphine, A la Pluche…". Nesta época, o grande chef de cozinha Antoine Carême, atualizou as velhas fórmulas e legou à posteridade as bases das receitas que ainda hoje se servem nos restaurantes mais afamados do mundo inteiro.

Mais sofisticadas, com consistência mais leve, as sopas servidas como entrada têm por papel abrir o apetite a fim de fazer honra à abundância das refeições onde se sucedem, às vezes, mais de dez pratos. Paralelamente, a sopa guarda seu status de prato único e substancioso junto às famílias pobres, sobretudo dos camponeses.

A Sopa Tecnológica

O século 20 assistirá à evolução dos modos de alimentação, inseparáveis das transformações dos modos de vida humanos, mas a sopa continuou tendo relevante papel na dieta universal. Com a tecnologia, vieram as sopas prontas, em lata, desidratadas, congeladas, dos mais variados sabores, pra todos os gostos e bolsos. Algumas são realmente muito gostosas e, todas, inegavelmente práticas. Entretanto, numa noite de frio, quem resiste a uma sopinha caseira, feita com ingredientes naturais fresquinhos, impregnando a casa com seu perfume e fumegando na sopeira?

Sopas mais famosas do mundo

Alguns pratos são como o cartão de visita de um povo, porque fazem parte da sua cultura gastronômica e da sua História. Isso acontece de uma maneira muito especial com as sopas, que, em boa parte do mundo, são, tradicionalmente, o primeiro prato da refeição principal do dia. Veja algumas delas:

Do Brasil: Bambá de Couve (farinha de milho e couve), Caldo de Mocotó, Caldo de Feijão;
De Portugal: a Canja (que, segundo alguns especialistas, terá vindo da Índia) e o Caldo Verde;
Da Espanha: o Gazpacho (com tomate, pepino, alho, pão e azeite, servida fria).
Da França: a Soupe à l'Oignon (a base de cebola) e a Bouillabaisse (a base de legumes com frutos do mar frescos), Bisque (cremosa, a base de frutos do mar);
Da Inglaterra: a Oxtail (sopa de rabo de boi);
Da Itália: o Minestrone (com feijão, massas e legumes,comumente feita com lingüiça);
Da China: a Sopa de Ninhos de Andorinha, Won Ton (caldo com bolinhos recheados de hortaliças e carne);
Do Japão: Missoshiro (caldo de peixe com missô)
Do Vietnã: Canh Chua (caldo aromatizado com hortelã e tamarindo com pedaços de peixe);
Da Tailândia: Tom Kha Gai (de leite de coco com frango, muito coentro e outros aromas);.
Da Rússia: o Bortsch (de beterraba frescas, servida quente ou fria);
Do México: Posole (com carne de porco ou frango, caldo e canjica);
Dos Estados Unidos: Vichyssoise (de batata e alho porro, servida fria); Clam Chowder (creme encorpado, quase em mingau a base de moluscos, batatas e leite)
De Cuba: Sopa de Frijoles com Calabaza, (de feijões com abóbora);
Do Haiti: Consommé a l'Orange (de caldo de frango, suco de laranja e cravo da índia)
Do Egito: Melokhia (a base de uma erva egípcia que dá nome à sopa e carne de cordeiro ou frango);
De Israel: Pumpkin Soup (de abóbora e caldo de frango).

Veja aqui Receitas de sopas

terça-feira, 4 de maio de 2010

Curso aborda a alimentação na perspectiva sócio-psicológica

Postado por sugestão do aluno Eduardo Tabajara
duda.tabajara@gmail.com

Comida e práticas da alimentação no cotidiano: uma perspectiva a partir da Psicologia social

Objetivo

Constituir a comida como thema, objeto de interesse da Psicologia Social, e, assim, situar os alunos no debate teórico e metodológico a respeito da alimentação, no âmbito das perspectivas sócio-psicológicas, através das quais ela tem sido abordada historicamente e atualmente.

Informações Gerais

Promoção: Faculdade de Psicologia
Ministrante: Denise Amon
Coordenadora: Helena Beatriz Kochenborger Scarparo

Data: 17/05/2010 a 20/05/2010 Dias da semana: de segunda-feira a quinta-feira
Horário: segunda-feira a quarta-feira: das 8h às 11h30min quinta-feira: das 8h às 10h40min Local: Prédio 11

Programação

1. Introdução
1.1. Alimentação e comida; 1.2. Comida como thema.

2. Abordagens sócio-psicológicas da comida: estados da arte
2.1. Abordagens teóricas na Sociologia e Antropologia Social: - Funcionalismo; - Estruturalismo; - Abordagem centrada no desenvolvimento. 2.2. Abordagens teóricas na Psicologia Social - Psicologia Social psicológica; - Psicologia Social sociológica. 2.3. A importância dos estudos de comida e a especificidade do objeto 2.4. Conceitos relevantes - Foodways (práticas da alimentação); - Food voice (voz da comida). 2.5. Livros-texto e manuais 2.6. A comida como narrativa social

3. Narrativas de comida em cozinhas de cozinheiros
3.1. Prelúdio: duas histórias de realidade - História de realidade 1: na vida as bergamotas não são vitamina c; - História de realidade 2: molho de tomate e molho de champagne. 3.2. Atitudes 3.3. Representações sociais 3.4. Narrativas sociais 3.5. O bistrô - A fala dos tomates no molho, na quiche e na sopa: identidade social, vida, amor, coletivização do paladar e comunidade; - A fala da comida e das práticas da alimentação no bistrô: vida, amor, beleza, rotina e aventura; - Considerações adicionais: comida é tema. 3.6. O restaurante mínimo

4. A comida como narrativa da memória social
4.1. Comida e cultura 4.2. Receita de cozinha 1: a voz da comida 4.3. Receita de cozinha 2: cotidiano e identidades em mudança 4.4. Comida, memória social, narrativa e comunidade

5. Fast-food e Slow Food : a globalização do gosto e as narrativas locais da comida
5.1. A Mcdonaldização da sociedade 5.2. Comunidade e localidade 5.3. O manifesto do Slow Food 5.4. O Terra Madre

6. A psicologia social da comida: perspectivas de pesquisa
InvestimentoAlunos PUCRS, Diplomados PUCRS e Estudantes: R$ 50,00 Funcionários PUCRS e Professores PUCRS: R$ 60,00 Público Geral: R$ 70,00

Inscrições

» Pró-Reitoria de Extensão da PUCRSAv. Ipiranga, 6681 - Prédio 40 - Sala 201Fone: (51) 3320-3680 - Fax: (51) 3320-3543E-mail: proexsecretaria@pucrs.br Site: www.pucrs.br/proex Atendimento: de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h.